UPUPI: TÉCNICAS BÁSICAS ENVOLVENDO A HISTÓRIA ORAL E PESQUISA UFÓLÓGICA.

 

Por Fco Aristides

   Vamos trabalhar com interdisciplinaridade, cruzar conhecimentos!É importante que o ufólogo preocupado com a metodologia e rigor técnico atente para algumas questões no procedimento de colher depoimentos e informações sobre UFOs de suas testemunhas.

            A historiografia utiliza um método na “captura” de depoimentos de testemunhas vivas que consiste na História oral. Vendo o livro “Usos e abusos da História oral”(ED. Fundação Getúlio Vargas, 6 ed)organizado por Marieta Moraes Ferreira  e Janaína Amado, observei que suas técnicas básicas podem nos ajudar em muito a melhorar a nossa prática.No capítulo 19: “Arquivos: propostas metodológicas”  feita por Chantal de Toutier-Bonnazi, farei um recorte dos trechos onde mais me interessou e espero que tenha uma utilidade para todos  da comunidade.

            1. A SELEÇÃO DA TESTEMUNHA:
            “De modo geral, deve-se dar prioridade a entrevistas com pessoas de certa idade. Mas nesse caso, é preciso levar em conta o cansaço da testemunha, limitar o tempo das entrevistas e evitar perguntar excessivamente meticulosas.Do ponto de vista cronológico pode acontecer que, decepcionada por não poder responder, a testemunha se perturbe e interrompa ou abrevie a entrevista.”

            “Deve adaptar-se a psicologia da testemunha, respeitá-la e estar disposto a tomar pacientemente a conversa, (...)questionamento discreto(...)não falar ao mesmo tempo com ela(...)não insistir e repetir a mesma pergunta de diferentes para vencer as reticências...”

“Criar relação de confiança entre o informante e entrevistador, (...)preparar o esquema da entrevista e voltar alguns dias depois para gravar...”

            2. O LUGAR DA ENTREVISTA:
            -Entrevista num local mais a vontade onde o depoente e sinta com menos pressão para falar.
            -Um lugar que facilite a sua recordação para avivá-la com mais tranqüilidade.
            -Ter consciência de que o lugar influencia   na entrevista.

            3.ENTREVISTAS:
            -As entrevistas devem ser conservadas, nunca apagadas, pois vale o caráter oficial.
            -Criar arquivo dos trabalhos.
            -Antes do procedimento de gravação, o pesquisador deve falar:
            1.Nome do grupo
            2.Local
            3.Hora
            4.Entrevistado
            5.Entrevistador
            “Quanto ao entrevistador, após ouvir a primeira gravação, pode solicitar explicações para aspectos pouco claros.Frequentemente, uma vez terminada a entrevista e desligado o gravador o entrevistado continua falando de coisas interessantes”

            Apagar a fita é um crime!!!

            4.A TRANSCRIÇÃO:
            -“Passagens poucos audíveis podem ser colocadas entre colchetes
            -As dúvidas, os silêncios, as rupturas sintáticas, assinalados por reticências.         -As palavras usadas  com forte entonação serão grafadas em negrito.
            -O texto será organizado cuidadosamente em parágrafos, devendo-se atentar para a pontuação, que é imprescindível à a boa compreensão do texto.
            -Serão corrigidos em notas os erros flagrantes  por parte do entrevistado:datas, nomes próprios, etc.”

            A história na sua forma mais simplificada possível nesse rico trabalho de Chantal é um meio a ser seguido para uma possível sistematização gradual da técnica de vigília.

 

Francisco Aristides é acadêmico de História pela UFPI, membro do grupo cultural APICE e pesquisador da UPUPI.