UMA BREVE DISCUSSÃO SOBRE A PESQUISA

Dentro dos procedimentos de caráter técnico e ‘’prático’’ a ufologia aplica um meio interessante de se tentar manter contato com os Ufos a partir das vigílias.Há uma ânsia muito grande de se praticar essa atividade, mas por qual perspectiva de análise?
É sempre importante lembrar a lamentável situação presente: a falta de rigor metodológico e sistemático sobre a teoria e prática de análise dentro da ufologia;Devemos repensar sobre o ofício do ufólogo:o que ele pesquisa? Pra quem?Onde explicar seu resultado?
Dessas perguntas espinhosas, podemos tentar nos desvincular da dicotomia pesquisa/crença, pois não é recomendável se envolver emocionalmente com algo que não se conhece a natureza.As práticas de vigília precisam ser repensadas...
A dicotomia pesquisa/crença é muito fechada e polarizada no sentido em que o ufólogo vai para a vigília só para manter ‘’contato’’, isso não vai acrescentar em nada para o fortalecimento da ufologia!Temos que ter a noção de que o registro de um determinado objeto na vigília deve ser compartilhado por toda a comunidade, não podemos trabalhar isoladamente.Muitos ufólogos carregam um egoísmo ridículo movido pela necessidade emocional e mítica de ‘’ver para crer’’.Não adianta para a ‘’ufologia científica’’ ira para a prática somente para alimentar uma esperança e sim para registrar, caso apareça algo com objetivo de todos terem acesso ao material coletado para analisar sua veracidade como UFO.
É preciso transcender as reflexões sobre as vigílias separando a crença das significações dos fatos em que nos dispomos a encarar.Não é fácil romper esse ligamento que prende o pesquisador e crença pois esta faz parte da subjetividade e inquietação, o que se tem a fazer é tentar controlar com a manutenção do equilíbrio interno, com mais racionalidade e imparcialidade.Vamos evitar a cegueira teórica.

Dentro da pesquisa de campo:
-Conhecer técnicas básicas
-Manter concentração e senso grupal, para que se tenha maior rendimento
-Não se vai a uma vigília somente para ‘’ver’’ ufos, mas para refletir sobre a própria condição do fenômeno e suas implicações sobre a realidade presente.
-Todos os integrantes devem estar numa harmônica sintonia e aptos a encarar qualquer eventualidade tanto terrestre ou de procedência alienígena.
- Monitoramento, no que se refere ao conciliamento interno entre a mística/cientificidade, resignificando a realidade com a postura de enxergar onde se tem consciência e proximidade.

A palavra chave: Equilíbrio.Não podemos ter uma compreensão única do fenômeno, é importante atentar para a pluralidade de implicações no âmbito das mentalidades, religião, poder, existência, cultura, quebra de discurso e muitas outras lentes que dão um foco para a presença de ufos no planeta.

A linearidade pesquisa-crença e ver-crer deve ser desconstruída e se erguer uma nova forma de entender o que se passa, vamos transcender e romper conceitos envoltos de teias que limitam a compreensão ufológica.Não estamos mais aqui para ler o mundo na perspectiva dicotômica e reducionista, devemos explodir esses pólos fazendo gradações entendendo as relações multifacetadas dentro das ‘’n’’ formas de realidade.Compreensão unilateral pode comparar-se a uma ‘’camisa de força’’ impedindo a flexibilidade, deve-se eliminar a ingenuidade e o ceticismo excessivo para que o homem tenha a mínima capacidade de relativizar as coisas.
Esse pequeno texto tem um objetivo simples: Refletir sobre o que é ser ufólogo e suas práticas.É uma questão profunda de se analisar, alerto para todos da ‘’comunidade de pesquisa’’.Estamos indo por um caminho cheio de lacunas e tortuoso demais..É preciso refletir sobre quem somos e o que estamos fazendo.A prática de campo deve ter mais valor e consistência.

*Nota-Pedro Vilarinho C.Branco

Credenciais- Francisco Aristides , graduando em história pela UFPI, membro do grupo cultural APICE e pesquisador da UPUPI. E-mail- aristideset@hotmail.com