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Tendências da ufologia brasileira

Por Flávio Tobler
(Equipe UPUPI)

 

Sempre que acesso a Internet, reflito periodicamente sobre a evolução tecnológica que atingimos nos dias atuais. Lembro bem, quando sentíamos alegria e curiosidade em receber boletins informativos de outros grupos do Brasil. As reuniões que participávamos aos domingos aqui em Teresina (Piauí), tornavam-se mais estimulantes, porque sabíamos que outros ufólogos estavam trabalhando também na linha de campo de pesquisa como nós. Era intrigante saber que os seus relatos investigados tinham profunda semelhança com os nossos. Nessa troca de informações às vezes eram antecipados fatos que se fossem questionados a outros contatados, iríamos ter as mesmas respostas. Víamos que muitos grupos faziam suas viagens e pesquisas e tinham o interesse em semearem as suas descobertas. A confecção dos informativos era trabalhosa, bem como as viagens de campo. Faltava ainda o amadurecimento e os pontos de reflexão que foram ganhando volume com o tempo. O interesse primordial dos grupos baseava-se inicialmente na coleta tipológica dos supostos seres e seus artefatos voadores (óvnis). Ainda hoje é um ponto essencial na pesquisa ufológica, porque estimula os investigadores a aprofundar-se em outras questões (ex: sociais, psicológicas etc.).
Tivemos grandes pesquisadores que contribuíram imensamente para a ufologia brasileira. Em épocas passadas, alguns encontros e simpósios acontecidos aqui na capital piauiense facilitaram esse entrosamento. Embora fossem raros, havia menos dificuldades em articular esses acontecimentos do que na atualidade. Nos bastidores e com tempo menos restrito do que era voltado ao público em geral (palestras), conseguíamos um aprofundamento construtivo, embora lento, para temas que somente hoje podemos articular. Em algumas ocasiões parecia um quebra-cabeça, onde fatos colhidos tinham que serem “armazenados”. Algo muito semelhante ao trabalho acadêmico e cientifico, onde a leitura e conhecimento de outros trabalhos no caso ufológicos formam os campos teóricos, que somados com a pesquisa de campo motivam a posterioridade de novas reflexões, pensamentos e produções.
Vejo que hoje a ufologia tomou novos rumos, tendências essas que parecem indicar uma construção positiva e às vezes negativa no panorama ufológico brasileiro.Novos grupos foram criados e tantos outros dissolvidos. As articulações entre eles restringiram-se e a individualidade toma-se cada vez mais crescente. Talvez se justifique pelo fato de cada um procurar encontrar respostas compatíveis com suas interpretações e convicções. Se analisarmos por essa ótica é de certa forma construtiva, embora injustificável no mundo informatizado de hoje. As facilidades de comunicação e a cibernética contribuíram para acelerar novas descobertas, e isso é que torna esse cenário globalizado. Quando necessitamos de informação sempre temos que recorrer a sites importantes. Parece haver uma “ponte” que conecte com outros pensadores. Muitos deles trabalham isoladamente e preferem veicular seu trabalho em locais que possam dar status. Esquecem de fortalecer a ufologia como um todo, e preferem os benefícios financeiros que este campo estimula. Alguns com tendências psicologicamente desconhecidas criam seitas e tornam-se gurus de pessoas carentes, e outros que vivenciaram a fenomenologia com profundidade não conseguem separar as suas experiências físicas com o seu lado religioso. Não procuram visualizar a grandiosidade do criador e suas criaturas espalhadas pelo universo, e são levados por interferências de outros a acharem que tudo não passou de influencias demoníacas. Abandonam suas investigações e aprofundamento e tentam encontrar respostas somente no campo religioso.
O comodismo que o mundo atual oferece contribui fortemente para o amortecimento das pesquisas como um todo. Embora reconheça a importância de grandes personalidades que continuam atuando nesta área. Vejo hoje também a tendência de que “é mais fácil deixar que outros pensem, articulem, pesquise e mostrem os seus trabalhos”. De certa forma, nós ufólogos contribuímos muito para esse cenário, e enquanto não se avançar em novas descobertas, que sejam físicas e menos teóricas, que permitam descortinar a fenomenologia como um prisma que separa o mesmo foco em várias abordagens distintas mais consistentes, estaremos praticando a ufologia por tabela, onde muitos somente repassam informações. Onde poucos se aventuram na pesquisa de campo e coleta de material, e outros ainda mais raros procuram por iniciativas pessoais mostrarem suas pesquisas, reflexões e pensamentos.
Avançamos muito, e substancialmente dispomos de respostas mais profundas do que no passado. A ufologia progride paralelamente as novas descobertas, o Brasil como celeiro gigantesco destes fenômenos, necessita de mais investigadores que possam articular-se, mostrando trabalhos locais. Vivemos ainda numa tendência, onde os grandes eventos ufológicos realizam-se na região sul e sudeste, enquanto o norte e nordeste com sua gigantesca fonte de acontecimentos ufológicos servem apenas como fonte inspiradora e de coleta para estrangeiros e suas publicações pelo mundo. Possuímos a matéria-prima (óvnis), ao alcance de nossos olhos e de nossas interpretações, dispomos de incontáveis testemunhas e de um fabuloso cenário geográfico ainda inexplorável pelo campo da ufologia local e regional. Historicamente temos a possibilidade de resgatar fatos únicos que venham a contribuir para grandes publicações literárias ou até científicas, estas que estão ao nosso alcance há muito tempo. Afinal, “eles” continuarão com suas incursões, e nós agora conscientes de nossa “miopia” cósmica, procuraremos corrigir o foco ideal que faltava, à vontade de sermos verdadeiramente ufólogos.

 

Flávio Tobler é membro da Upupi.
Outros artigos acesse:
www.upupi.com.br

Contato: flaviotobler@hotmail.com


Maio de 2007


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