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Pesquisa de campo X vigília: Elo de evolução na ufologia

 

* Flávio Tobler

 

Está no campo realizando pesquisas ufológicas não é tarefa fácil. Difícil ainda é permanecer na região para as tão conhecidas vigílias. O curto espaço de tempo é desgastante para os pesquisadores envolvidos. Normalmente o itinerário é corrido, o que torna a aventura de certa forma mais estressante. Na maioria das vezes o lugar ainda é desconhecido, e só com a repetência das incursões do grupo é que a região escolhida vai sendo “dominada”.
Nas entrevistas usa-se um pouco de psicologia e amigavelmente se ganha a confiança dos populares no decorrer da conversa. No inicio eles são desconfiados e não falam muito, principalmente sobre algo que lhe possam comprometerem. “Arrancar” fatos de vivencia profunda no aspecto da ufologia é tarefa e habilidade que só os pesquisadores conseguem na evolução de suas viagens de campo. Não existe um manual específico para lidar com estas questões. E por mais que se tente usar uma metodologia descrita por outros ufólogos já veteranos, em cada caso e região tem seus aspectos peculiares.
Não podemos “bombardeá-los” de perguntas que para nós seriam consideravelmente respondidas. Há sempre a necessidade de se usar termos locais ou regionais, como por exemplo de “aparei” ou “froque” (termos usados para designar um óvni). Existe um vocabulário criado que é muito variável. Outro fator condicionante são as múltiplas interpretações para a fenomenologia. Tem-se que também filtrar as informações recebidas. Quando o morador descreve o acontecido, ele está sujeito a flutuações de ordem temporal e da realidade vivida. Sua mente trabalha quando recorda, mais também pode inserir fatos que foram adquiridos pela mídia ou conversa com outras pessoas. Quando o fato aconteceu já há certo tempo, as variações tornam-se maiores, e essa habilidade do pesquisador é indispensável na avaliação do contato. Quando se percebe um fator fantasioso é sempre bom questioná-lo com outra pergunta que tente esclarecer à anterior. Nunca coloque o envolvido numa situação de muita desconfiança, deixe o mesmo falar tudo que está pensando. Os resultados, a avaliação da entrevista deve ser separada e posteriormente. Suas reflexões em cima do que foi gravado é que torna o contato merecedor de crédito ou não.
Não há evolução na ufologia sem pesquisa no campo, e as vigílias podem esclarecer o que de fato está acontecendo na região.  A ufologia é marcada muito pela área teórica, porque ainda não temos oficialmente um objeto de estudo (o artefato ou tripulante). E se ficarmos somente em gabinete os argumentos tornam-se superficiais.Haverá sempre a necessidade de avaliação do fenômeno in loco. Se isso não acontecer corre o risco do pesquisador continuar escrevendo sobre os mesmo tópicos e já saturados temas ufológicos como área 51, ufos no espaço, ufos na lua, civilizações em marte e tantos outros que se tornaram chatos e descrevem pouco além do que já se sabe. Usam-se apenas uma “roupa” nova em cima do foi dito.
O Brasil necessita de pesquisadores que estejam no campo, façam vigílias, vivenciem as experiências juntamente com os populares que as descrevem. Descartando o que pode ser explicado e questionando suas próprias avaliações pessoais. Discutindo com outros envolvidos neste tema intrigante. Nunca acreditando de imediato no possível contato, mais buscando possibilidades que justifique o que visto. A imparcialidade, a desconfiança, a auto-avaliação deve ser constante na vida do ufólogo.
Cada etapa vivida,os lugares pesquisados, os avistamentos, a troca de informação com outros grupos, o convívio com os populares, o espaço geográfico observado vão possibilitar ao estudioso encontrar respostas que se aproximem um dia dessa realidade que muitos preferem ignorar, mas que um dia pode “bater” ou ser visto a sua porta. Neste dia mesmo que estas estejam fechadas, a luz da verdade ultrapassará as fendas ali existentes.

* Flávio tobler é pesquisador da UPUPI
Outros artigos acessem: http://www.upupi.com.br
Contatos: flaviotobler@hotmail.com

Abril de 2008