Abertura ufológica: não precisamos de “migalhas”

 

Por Flávio Tobler
(Equipe UPUPI)

 

Não é novidade para ufólogos que acompanham o cenário nacional sobre a tão sonhada e esperada “abertura ufológica” do governo brasileiro. Muitos pesquisadores comungam o mesmo pensamento de que o que seria liberado é incompatível com o nível de esclarecimento e entendimento desse fenômeno que ainda não é conclusivo.Tenho visto na mídia internacional que outros países estão disponibilizando seus acervos de pesquisas e registros, e que tem aumentado nos últimos anos esse volume.Mesmo sabendo que o material divulgado é bem aproximado de qualquer pesquisador dedicado. Diferenciando apenas nos conformes técnicos, legais e procedimentos militares.
Sabemos que o fenômeno ufológico é investigado atenciosamente por autoridades dedicadas a essa área, afinal, questões maiores envolvem a segurança nacional, o pânico e muitos outros efeitos colaterais que viriam com tamanha liberação e profundidade da questão. Houve evoluções, principalmente na popularidade que o tema alcançou na mídia.Hoje o impacto é bem inferior, e até desperta curiosidade em todas as camadas sociais.De certa forma, os programas,filmes,documentários,registros de amadores divulgados em todo mundo tornou a ufologia não um “bicho de sete cabeças” mais uma incógnita que ainda precisa ser trabalhada na sua forma de exposição à população.Embora não admitam publicamente, ainda dependemos de que “outro” País faça a parte inicial.Especula-se que acordos possam ter sido firmados numa troca de interesses que desconhecemos. Se há uma veracidade nisso tudo, só o tempo descortinará os possíveis comentários aqui feitos, tornando-os mais claros e incontestáveis.
A maioria dos pesquisadores de ufologia vê nas autoridades governamentais uma fonte gigantesca de informações desse tema.Imaginando que os mesmos detenham arquivos preciosos que poderia esclarecer mais o fenômeno. Na realidade, o interesse maior vem do próprio ego,do lado pessoal de vida investigativa. A abertura e liberação desses documentos confortam-os intimamente, mostrando a sociedade que não trilhavam por esse espinhoso caminho solitariamente. É o alivio e recompensa de uma suada vida há procura de respostas ainda distantes. Fortalece o caráter e mostra aos críticos e outros que combatem a temática de que não são lunáticos ou visionários.como se dissesse a todo tempo e ao mundo “...se o governo investiga e detém possíveis provas,então existe algo por trás”.
Recentemente houve uma pequena abertura desses possíveis documentos ufológicos para a comunidade brasileira em geral. Mas o que foi liberado parece um paliativo, uma justificativa a tanta pressão e campanha nacional por parte dos interessados. Acredito que qualquer ufólogo dedicado possui acervo mais consistente e de maior crédito destes já disponibilizados.É provável que grande parte do material de maior consistência não esteja mais em solo brasileiro, assim seria mais fácil justificar as ações processuais.Não há necessidade de dizer o grande País interessado nestas questões, e a possibilidade de uma parceria firmada no passado, principalmente no auge da ditadura.
A comunidade ufológica brasileira não precisa de “migalhas”,necessita que muitos saiam de seus “ninhos familiares” e invistam no campo, vivenciando múltiplas experiências do fenômeno. Criando argumentos,dados materiais de maior consistência, rompendo se possível a barreira do campo teórico já tão saturado pelos visionários e “mensageiros”. Descortinando gradativamente o véu que encobre uma nova visão. Ampliando os ouvidos para novos argumentos e permitindo tocar em temas nunca antes abordados ou desconsiderados. Talvez estes possam direcionar luzes para um ponto ainda obscuro da ufologia, possibilitando trazer a humanidade respostas mais aproximada da verdade e que há muito estavam bem a nossa frente.
Somos independentes e articulados, as “sobras de guerra” devem permanecer em seus devidos lugares, mofando com seus produtores e idealizadores. Deixando que o cupim se encarregue do resto. Potencialidades para a pesquisa ufológica têm de sobra, bem como pessoas dedicadas em todo território nacional. Se o passado ufológico do nosso País não pode chegar até a nós, é momento de construir uma nova história, limpa, justa,democrática, livre de pensamentos retrógados. Momentos virão que grande parte dos prováveis materiais não disponibilizados e guardados até hoje, farão parte de museus, bibliotecas e colecionadores que guardam um passado incompatível com momentos atuais. Até que por ação inteligente do próprio destino apague o “rastro” que não levaria a lugar nenhum.


  
Flávio tobler é pesquisador da UPUPI.
Outros artigos acessem: http://www.upupi.com.br
Contato: flaviotobler@hotmail.com
Dezembro de 2008