Descompromisso na formação de grupos e os efeitos colaterais

 

Por Flávio Tobler*

 

O presente texto parte de uma reflexão do autor feita a partir de análises observadas pelo mesmo ao longo de sua participação na temática da ufologia local. Também pelo processo da visualização feita através de livros, revistas e internet. Tenho plena consciência de que o estudo do fenômeno necessita abordar novas teorizações na busca de encontrar respostas aproximadas para o assunto. E por ter uma preocupação voltada para a evolução da ufologia como um todo, sinto-me impelido a abordar este tópico. Não querendo somente fazer críticas, mais que as mesmas sejam construtivas do ponto de vista grupal. Muitos nem ao menos pararam para fazer suas avaliações pessoais, mas talvez pela leitura destas linhas serão obrigados a refletirem e a buscar caminhos para superarem suas limitações e falhas. Acredito que o verdadeiro ufólogo(melhor seria pesquisador) desconhece em algumas vezes, os indícios de suas deficiências em relação ao convívio em equipe, havendo a necessidade de outros olharem de forma criteriosa os seus erros, tornando possível a continuidade de seus trabalhos. Muitos grupos se formam e tantos outros se acabam. Existe também aqueles que estagnam-se e não conseguem uma evolução positiva. Os primeiros passos são necessários, mais a continuidade das pesquisas e reflexões vão definir as suas conquistas.

É interessante observar o conjunto de pessoas que definem um grupo, as particularidades que cada membro carrega. As diferenças são necessárias, os conflitos fazem parte do processo, e as discussões, primordiais para o afinamento do pensamento grupal. Isso independentemente da linha que identifica-o, seja de cunho esotérico ou nos padrões próximo a científica(já que não é reconhecida pela comunidade). Em ambos os casos, existe participantes que se denominam ufólogos e que carregam uma personalidade difícil de ser trabalhada. Mas acredito na superação, desde que os mesmos possam se alto-avaliarem e buscar condutas que corrijam suas deficiências.

Os termos aqui empregados, são definições do próprio autor. Tentando esclarecer vários aspectos dos integrantes de grupos ufológicos. Procuro me aproximar de suas condutas, e tento na medida do possível mergulhar um pouco em seus pensamentos e atitudes. Tudo indica que é impossível definir em escala maior, mais vale a tentativa de melhorar as relações de equipe. Segue abaixo os termos empregados:

  • “ufólogo bumerangue”- Este vive num constante “vai e volta” no grupo. Se ausenta por meses ou até anos. Quando aparece, inventa inúmeras desculpas e passa a prometer total empenho a equipe. Não há consistência em suas palavras, e ainda não aprenderam o propósito de sua participação. Estão negando a si mesmo.

  • “ufólogo alternativo”- Este vive num constante dilema. Se incorpora alternadamente entre grupo esotérico ou de linha aproximada da ciência(cientifico). Passam anos procurando respostas para suas inquietações interiores, como dizem um ditado popular, “estão mais perdidos do que cego em tiroteio”.

  • “ufólogo fantasma”- Este nunca é visto nas reuniões e tomada de decisões. A sua ausência prejudica a evolução do seu pensamento em relação aos demais.

  • “ufólogo turista”- O seu interesse maior são as viagens e percursos fora de onde reside. Não tem interesse nos propósitos e aspectos evolutivos de equipe.

  • “ufólogo inativo”- Vive numa total inércia. Não discute, não opina, e não trás novidades ao grupo. Está num constante “sim,não,certo ou talvez”. Em nome da tranqüilidade e paz, prefere não problematizar questões essenciais no crescimento da equipe.

  • “ufólogo mensageiro”- passa a adotar comportamento que indica que está recebendo orientações “extraterrestres”. O foco principal condiciona-se a estas supostas mensagens que na maioria das vezes não são comprovadas. Tornando os pensamentos e idéias dos outros membros obsoletas.

  • “ufólogo sonhador”- Tem sempre em pensamento um possível e forte contato. Idealiza um encontro do outro mundo e ter respostas definitivas. Adota atitudes e propósitos que vão se desvinculando da equipe.

    Não pretendo me estender nestas definições, pois acredito que existem inúmeras outras que indicam perfis variados. O propósito aqui é somente de reflexão e identificação de algumas categorias clássicas dentro da formação de grupos ufológicos. O próprio autor tem trabalhado para melhorar sua postura e superação de suas deficiências. Acho que o primeiro passo para a mudança é o reconhecimento de nossas condutas errôneas, e tentando na medida do possível supera-las. Trabalhar pela ufologia solitariamente tem suas vantagens e deficiências. Já o convívio em equipe, necessita de auto-avaliação, conduta e evolução.

    O compromisso é importantíssimo para a continuidade do trabalho grupal. O desinteresse, o comodismo, torna-se uma constante pedra no caminho dos participantes.Tem seus efeitos colaterais.É preciso saber ouvir, mais também discutir quando necessário. Palavras e atitudes positivas são fundamentais nos encontros ou reuniões. Esse elo formado entre seus integrantes, objetivam acima de tudo o equilíbrio e afinidade. Fator básico para novos conceitos e conhecimentos. As grandes respostas podem está lá fora. Mais é dentro de cada um, onde se modela silenciosamente um novo olhar,uma nova idéia. Uma forma diferente de compreender o universo que nos cerca.

*Flávio Tobler é membro da UPUPI. Ensaio escrito em 31 de maio de 2009.

contato:flaviotobler@hotmail.com

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Maio de 2009

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