Conexões:seguidores ou pensadores?

 

Por Flávio Tobler*

Na atualidade, vivenciamos incontáveis informações das mais variadas linhas de pensamentos. Muitas vezes, seguimos algo inconscientemente ou até por afinidade. Achamos que o mesmo seja certo,prático e coerente com os conceitos criados ou absorvidos durante nossa caminhada terrena. Desde criança, vamos aprendendo um pouco sobre o mundo que nos cerca. Através dos ensinamentos de nossos pais,amigos,vizinhos,educadores e colegas de sala de aula. É um enriquecimento gradativo,natural e necessário para nossa sobrevivência. De certa forma, até o último momento estamos aprendendo. Exercitando nossos neurônimos e argumentando o que é mais interessante para nossa vida. Tudo isso não acontece de forma isolada, mais sim por uma conectividade com tudo que nos cerca. Nossos sentidos estão em sintonia com o espaço a nossa volta. Através deles, absorvemos as mais variadas experiências. Na minha concepção, nada no universo acontece ou manifesta-se isoladamente. É necessário estar em conexão com um ou vários elementos. No útero, o feto só vem ao mundo porque está conectado pelo cordão umbilical. Continua vivendo e crescendo fora, porque há conexões com diversos órgãos. Quando morre, o corpo se desconecta do espírito. A vida na Terra só existe, porque estamos conectado ao Sol. È necessários que milhões de estrelas estejam conectadas para formarem as galáxias. A água, tão imprescindível a vida, só existe porque dois gases se conectaram. A formação dos astros só é possível, graças a união de elementos no espaço sideral. Só há movimento, se houver um impulso gerado de alguma coisa que estava conectado. Mesmo que seja por um tempo fracionário. O homem por questão de evolução, formaram as cidades. Estas que se ligam por estradas etc. Páginas e mais páginas seriam criadas aqui, para justificar essa afirmação. Mais o propósito é bem maior que esse.

Na realidade, o que argumento, é a necessidade perceptiva sobre estas conexões. Podemos dizer que pessoas ou pensadores criaram,desenvolveram,inovaram, diferentes elementos na sociedade. Os avanços verificados hoje nas ciências, tiveram como referências um contínuo ligamento de uma descoberta anterior com um aperfeiçoamento atual. As evoluções foram possíveis, porque seus seguidores também foram impulsionados a pensar também.

A ufologia contemporânea, também está envolvida pelas conexões. Graças a internet, milhões de usuários estão conectados,informados,atualizados sobre o que ocorre no cenário atual. Embora na maioria das vezes, encontramos um contínuo ligamento com fatos passados. Envolvidos por erros grotescos de interpretações. Um cenário cíclico que parece não haver rompimento “umbilical” de uma ufologia fantasiosa e sonhadora. É necessário que deixemos esse “útero” ainda escuro. Aquecido por falsas informações. Mergulhado em mais ficção do que fatos verdadeiramente importantes. Precisamos está conectado a novos pensamentos,atitudes e princípios éticos. Que levem a novos caminhos ou horizontes. Antes que o próprio “cordão” se enrole ao pescoço e sufoque ou nos afogue. A ruptura é dolorosa, o cenário é diferente, mais é fundamental desligar. Passar por um caminho apertado, mais que no final, a própria luminosidade nos mostrará incontáveis experiências a serem vivenciadas. Uma nova conexão será iniciada, e gradativamente aprenderemos por um olhar diferenciado.

Estamos seguindo há muito tempo, o que outros pensadores idealizaram. Estamos relatando fatos, que outros viveram. Estamos consumindo mídias, que parece mais nossos sonhos. Estamos quase alienados mentalmente, ao que dizem e criam. Devemos conscientemente nos questionar frente ao espelho. Somos seguidores ou pensadores?. É fundamental continuar seguindo ou renovando?. Estamos tão unidos ao pensamento ufológico criado ao longo das décadas, que é mais cômodo continuar como o feto na gestação. Não percebemos o quanto crescemos. Saímos até da nossa mãe Terra. Mesmo solto no espaço sideral, por vezes ainda estamos atrelados a um cabo. O medo é natural por questões de sobrevivência. Mas não aprenderemos a andar, se não levarmos alguns tombos. E não dominaremos a infinitude do universo, se não nos conectarmos a coisas maiores.

É chegada a hora de percebemos, que a ufologia não envolve somente o fenômeno em si. A testemunha se conecta ao fato vivido, e os investigadores aos relatos colhidos dos seus protagonistas. Por vezes, não há essa ponte ou união. Os investigadores experimentam uma conexão direta com as supostas manifestações. Seguimos muitas vezes, os passos de outros que tiveram experiências. Nas vigílias, nos condicionamos ao um provável encontro com o fenômeno. Quando ocorre, temos a oportunidade de pensar e refletir posteriormente. É necessário, e sei que é quase impossível, nos desconectar do que já foi criado pela mídia e o imaginário popular. Podemos e devemos estabelecer novas conexões. O avistamento é uma delas, mais outras serão fundamentais. Devemos gerar questionamentos, que nos estimulem a articular novas ideias. Mesmo que a princípio pareçam absurdas. Buscando todas as possibilidades. Devemos romper o ciclo de muitos, que se tornam meros espectadores. E outros que acreditam estarem, com o passaporte nas mãos, a espera de uma grande viagem intergaláctica. A verdadeira viagem é interior. Não precisa de credenciais,horários programados e poltronas marcadas. Somos o centro de uma gigantesca conexão. Interligada com tudo. E mesmo aparentando ainda distante de respostas concretas sobre a fenomenologia ufológica, continuaremos seguindo com novas propostas,trabalhos e produções. Haverá afinal o momento seu, nosso e de todos, para estabelecer uma nova conexão. Mais continuaremos a questionar sempre... Somos seguidores ou pensadores?.

* Flávio Tobler é membro da UPUPI

Ensaio escrito em 05 de Junho de 2011

Imagem ilustrativa adaptada da internet

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Junho de 2011

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