Na Terra dos “Portais”

Por Flávio Tobler
(Equipe UPUPI)

 

Parte 1

1. Aspectos conceituais

São cada vez mais freqüentes as referências contextuais a aberturas de portais nos últimos tempos. Teoricamente é concebido como uma lacuna ou ruptura entre dois mundos. Também como um abismo ou separação que tem o potencial de unir duas esferas diferentes de energia. Alguns definem que o Universo possui vórtices ou portais dimensionais que funcionam como pontes para outras dimensões.

As viagens espaciais do homem em naves mais lentas que a luz é um fato real. Cujo princípio de funcionamento envolve lançar uma massa de reação para trás a fim de fazer a nave ir para frente. Muitos destes geradores de energia são alimentados com combustíveis que envolvem grandes volumes de armazenamento. Difícil mesmo seria na atualidade violar a lei de Newton, e deslocar-se num espaço sem a reação de um propulsor. Isto tornaria as naves muito mais eficientes, fazendo com que se aproximassem da velocidade da luz.

Existem algumas teorias que admitem a existência uma “dimensão” diferente na qual a velocidade da luz pode ser excedida. Este hiperespaço faria com que a nave viajasse a velocidades que parecem ser maiores do que a da luz do nosso universo normal e reentrariam no universo “normal” no seu destino. Por estarem completamente isoladas umas das outras e do universo normal, não captariam nada e não poderiam ser captadas até emergirem. Talvez uma nave destas características levasse semanas ou meses para viajar entre as estrelas. Nestas circunstâncias, justificaria as aparições de ufos que se materializam num ponto e tornam-se invisíveis em outros.

Pode haver no espaço sideral “pontos de salto” ou conexões. Permitindo que “uma astronave tire proveito destes pontos de salto, movendo-se de um para outro sem ter de cruzar o espaço que existe entre eles.” Os pontos de salto têm de ser encontrados e mapeados antes de poderem ser usados. “É possível que um ponto de salto leve a todos os outros ou que cada um deles esteja ligado a apenas alguns outros. Um salto errado pode levar a nave ao um ponto desconhecido, onde ela pode ficar perdida para sempre.” Talvez estes “Portais” de acesso obedeçam a meridianos não detectados pela ciência atual. Outras definições, fariam com que se estendessem aqui, diversas explicações para estas aberturas dimensionais, paralelas, seja qual termo queira empregá-la.

Uma forma de comparação no momento atual é o GPS, dispositivo eletrônico do tamanho de um celular onde se verificam várias coordenadas geográficas e outras leituras, localizando-se um ponto qualquer neste globo terrestre. Imagina-se haverem mecanismos não terrestres e nem feito pelo homem contemporâneo, que determinam uma infinidade de recursos de localização, onde temos o sentido, percurso, tempo, abertura dimensional etc. sabendo-se que através destes dispositivos, justificaria um conhecimento ainda maior que indicaria as incalculáveis incursões alienígenas sobre o nosso planeta.

Por outro lado, tais “aberturas” poderiam manifestar-se por condições do próprio universo, ou de outros ainda desconhecidos. Hoje já conseguimos prever determinados fenômenos, muitos deles cíclicos ou periódicos. Talvez os “portais” indiquem um condicionante necessário de equilíbrio ou não para a evolução do cosmos. Determinadas energias que se unindo provocariam essa transferência dimensional. Há muitos livros que relatam historicamente, indicando ocorrências dessa fenomenologia. São indícios fortíssimos que evidenciam fatos além da compreensão humana. Citamos casos envolvendo a área do triangulo das Bermudas, com centenas de desaparecimentos de barcos, navios, esquadrilhas inteiras. Para onde foram! E porque sumiram sem deixar vestígio! Outros fatos ocorridos em varias partes do planeta, onde pessoas, grupos e até verdadeiros exércitos desapareceram misteriosamente. Uma“nuvem” que envolvia a área de ocorrência, indicava muitas vezes o prenuncio destes desaparecimentos. Talvez estas condições meteorológicas estudadas a fundo pela ciência, possam explicar algum dia os processos que as envolvem.

Mundos paralelos, energias desconhecidas, forças ou “correntes telúricas”, ufos e outros meios possam ser ativadores desses “caminhos” ou “aberturas”. São reais, pois a historia se encarregou de acumular os fatos, evidenciando uma linha do tempo que indicam “portas” ou “canais de acesso”, comparados a um elevador de um grande edifício, onde cada andar indica um caminho, um espaço ou lugar de destino. Faltando ainda no curso de nosso tempo atual, saber qual “botão” apertar, para que esta “porta” se abra, e como regressar a este ponto de acesso inicial.

2. Cadós e Buriti dos Cavalos:conhecendo uma “nova” realidade

Existem muitas correntes de ordens místicas, esotéricas e outras que definem haver mundos subterrâneos em nosso Planeta. De acordo com certas fontes, existem algumas entradas (embocaduras) para estas cidades espalhadas por alguns continentes. Como exemplo a conhecida “Agarta” supostamente localizada também em nosso País (Brasil). Estas aberturas mais conhecidas são: “Sete Cidades” no Piauí; “Serra do Roncador” no Mato Grosso; “Vila Velha” no Paraná; “Ilha de Itaparica” na Bahia; “Circuito das Águas” em Minas Gerais e “Pedra Gávea” no Rio de Janeiro.

Para conseguir acesso a estes mundos é necessário ser aceito ou possuir uma senha. Cujo “portais” são guardados dia e noite. De fato não podemos afirmar se isso é verdadeiro, pois ninguém foi capaz de realizar esta proeza e trazer provas definitivas de tal existência. Alguns relatos deste gênero nos colocam a refletirmos se estas pessoas de fato vivenciaram uma experiência real ou ilusória. A mente humana ainda estar em fase de conhecimento, sabe-se que a fantasia somado com desejo profundo se encarrega de fazer o resto. Também não se pode negar conclusivamente pelo simples fato de estarmos num momento de grandes descobertas científicas. Dimensões são possíveis de existirem, pois trabalhos sérios ocupam grandes espaços em revistas cientificas atuais. Diversas Teorias estimulam encontros destes pesquisadores, onde seus argumentos confrontam-se com outros, dando margem a um caminho que certamente trará resultados positivos à medida que a humanidade puder tecnologicamente experimentá-las. Se a ciência se debruça sobre o muro das inquietações, é dessa forma que ela alcança vôos maiores.

Nada melhor para tentar-se entender essas alterações dimensionais do que está próximo destes acontecimentos. Ouvimos muitas historias de moradores de zonas rurais ou interioranas, que afirmam categoricamente vivenciarem experiências semelhantes entre si. Locais onde construíram uma vida desde a infância, experimentam uma realidade que choca, amedronta, intimida e muda até certos percursos de sua vida diária.

É de conhecimento por parte dos ufólogos, a dificuldade na pesquisa de campo, vivenciando com a(s) testemunha(s) as aparições em tempo real. É de praxe chegar aos fatos depois do acontecido. Não havendo “bola de cristal” para antevermos os acontecimentos, é necessário contar com muita sorte e coragem. Muitas vezes tentamos uma reconstituição de todo o itinerário do(s) envolvido(s), para concluirmos alguns questionamentos intrigantes. De fato lidamos com investigações difíceis de conclusões, restando apenas as suposições.

Estive com um grupo (ORION), envolvido em algumas viagens de pesquisas ufológicas e místicas. Estas nos permitiram conhecermos algumas regiões bem interessantes. Em outras, aproveitei o interesse ecoturístico de outros grupos (escurções), para constatar certas ocorrências do mesmo caráter em localidades distintas. Fatos como estes serão tratados posteriormente.

Nossas expedições a Cadós e Buriti dos Cavalos, ambos próximo ao município de Piripiri (PI), deu-se em outubro de 1997 e Abril de 1998. Participaram destas o autor (Flávio), César, Sandra, Silvana, Humberto,Patrícia, Dadi, Nara e Rubens. Sendo que na segunda viagem o número foi reduzido. A primeira permitiu-nos conhecer a localidade Cadós, que fica no Km 22, no sentido Piripiri /Pedro II(PI). Uma região de cachoeiras, cavernas e inscrições que lembram naves espaciais, altar com rituais, castiçais Peruanos, pêndulos, caminhos, ampulhetas, sol e lua e muitos outros. Ouvimos histórias bem interessantes de seus moradores. “Zé Pequeno” foi nosso guia, bem como nossa hospedagem em sua casa. Família de um carisma,simplicidade e afeto que emocionou-nos muito em nossa partida.

“Zé Pequeno” pousa para nossa câmera. À direita, entrada para uma das cavernas. Fonte: O autor / 1997.

A segunda localiza-se 5Km mais a frente, onde se encontra Buriti dos Cavalos (PI). Uma área onde se instalou um Projeto de Preservação e Pesquisa das pinturas rupestres. Coordenado pela Fundação ecológica de Piripiri (FUNEP), cujo idealizador foi Antonio de Pádua (Arqueólogo e ecologista), sendo nosso contato e guia até aquela localidade. Geograficamente, define-se como uma região cercada de morros, com um vale profundo na parte central, formando uma espécie de “armadura”. Com vegetação tipicamente de transição, sendo que sua fauna indica uma variedade enorme de pássaros e animais silvestres. Um clima agradável, com ventos que mantém uma temperatura equilibrada. Geologicamente suas formações relembram as mesmas características de “sete cidades” em Piracuruca (PI).


Placa de identificação do Projeto. À direita, uma das belas cachoeiras da região.
Fonte: O autor / 1998.

3. Uma “cidade” iluminada no meio da Selva

Senhor Antonio Pinto, morador da localidade e nosso ponto de apoio, nos conta que em períodos aleatórios, pois não dar para especificar exatamente a época do ano onde acontece o fato, nem tão pouco determinar se ocorre sucessivamente. Ele Relata que muitas vezes presenciou uma visão bem interessante quando se deslocava para sua residência que fica no meio do vale e geograficamente de relevo mais baixo. A pequena estrada ou caminho deve ter uns três quilômetros aproximadamente da rodovia até sua casa. Com ladeiras e uma declividade que impede algumas vezes de vislumbrar o que vem mais à frente. Neste alternar de subidas e descidas, viu em muitas ocasiões o vale completamente iluminado mais à frente, distinguindo completamente toda a vegetação. Alternando em cores que às vezes piscavam em descompasso.

Discutia em outras oportunidades quando estava acompanhado, pelo fato de outros acharem ser a luminosidade oriunda do município de Piripiri. Mas esta cidade está muito distante da localidade, sendo visto somente uma pequena claridade da mesma. O mais intrigante é que no alternar destas ladeiras tudo desaparecia misteriosamente, e voltava à escuridão.


Antonio Pinto descreve sua experiência. Á direita parte do vale onde acontece o fenômeno.
Fonte: O autor / 1998.

4. Um “exército” no meio da estrada

Dando seqüência a fatos estranhos naquela localidade, Antonio nos conta que em certa ocasião pediu a um compadre seu que fosse deixar uma carga de mandioca em sua casa. Isso se daria num entardecer. Percebendo que o amigo não havia ido deixar a encomenda conforme o combinado, deslocou-se na manhã seguinte para sabe se havia acontecido alguma coisa. Ao chegar na casa dele, conversaram um pouco e entendeu o que realmente havia acontecido na tarde anterior.

Conta seu amigo que preparou a carga no lombo de um jumento e se deslocou para o itinerário combinado. Ao chegar num determinado ponto da estrada, a mesma cujo outros fatos acontecem, assustou-se ao ver uma fila de soldados enfileirados na margem do caminho. Sentiu medo, e antes que percebessem sua presença, puxou o jumento para dentro do mato e de lá observou um pouco do que estava acontecendo. Todos estavam devidamente fardados e equipados, obedecendo a um suposto comando maior que não conseguiu distinguir.

Preocupado com sua segurança deu a volta no animal e disparou em direção a ponto de origem. Depois de um certo tempo, Pádua que foi nosso guia e coordenador do Projeto Fundação Ecológica de Piripiri (FUNEP), verificou no comando militar do município se haviam feito treinamentos naquela localidade, e se tinham conhecimento de alguma operação. A resposta foi negativa, visto que não fazem marchas e nem deslocamentos para aquela região.

5. Evangélicos vivem uma “Experiência”

No percurso da estrada que leva a aquela localidade, já descrito anteriormente, há um local onde o alargamento favorece o estacionamento de veículos. Este local fazia parte de um antigo projeto para a construção de uma barragem. O paredão serve como ponto de observação para ambos os lados daquela vegetação. Este local na época era usado para retiro espiritual onde os evangélicos se deslocavam de Piripiri para lerem passagem Bíblicas (Em cidades interioranas é freqüente fiel saírem para morros, estradas e terrenos afastados, numa forma de maior compreensão e entendimento do livro sagrado).

Certa vez, contou-nos Pádua, que num destes retiros (1992), Pedro (nome fictício) estava acompanhado do Pastor (Igreja Batista) e de outros. Estavam sentados sobre aquele paredão, lendo o evangelho que era iluminado por uma lanterna (as 19:00 horas).Haviam deixado o carro a uns 50 metros aproximadamente do ponto de onde se encontravam. Por volta das 20:00 horas, observaram duas bolas luminosas que se deslocaram em direção ao veículo (há uma altura de 20 metros). Neste instante ele Pedro apagou a lanterna para observar melhor o fato, e verificou que as luzes eram avermelhadas e de tamanho idêntico. Possivelmente foram atraídas pelo brilho do carro e da cor metálica. Quando estavam como a observar de perto o transporte que se encontrava estacionado, ele acende a lanterna e sinalizou duas vezes em sua direção. Percebeu que elas reagiram e quase se fundiram em uma única luz. Talvez surpresas com o fato, disparam no sentido contrário a sua antiga trajetória, e sumiram rapidamente no firmamento.

Após a experiência vivida naquela mesma noite, eles saíram daquele ponto e desceram para outro local de maior segurança.Pádua nos relatou que é comum aos moradores daquela localidade visualizarem estas bolas luminosas. Às vezes alternam entre dois ou três objetos de mesma coloração e tamanho.


Pádua, nosso guia, descreve a experiência vivida pelos evangélicos naquela noite.
Fonte: O autor /1998.

6. Um som subterrâneo,uma experiência pessoal

Quando deslocava-nos para a cachoeira da jaqueira, um ponto muito bonito naquela localidade, grande parte do grupo ouviu um barulho muito estranho que dava a impressão ser de origem subterrânea. Era como se algo passasse correndo por baixo dos nossos pés. Pádua havia comentado sobre este fato em outra oportunidade. Ele já tinha vivenciado este fenômeno no passado. Não somos geólogos para tentarmos afirmar sobre estes acontecimentos. Não sentimos nenhum tremor no solo,nem se quer algum abalo para caracterizá-lo como um fato sísmico. Tive a impressão de que estava num grande alto falante. Certamente as condições daquele ambiente poderia ser um imenso receptáculo acústico que projetava para baixo,qualquer barulho em seu círculo (o local é uma imensa “ferradura” geológica).

7. Alguns cenários magníficos em nossa lente

Como parte da viagem realizada naquela localidade que deixa muitas saudades pelo povo acolhedor e hospitaleiro, deixo compartilhado com os leitores, parte de um cenário visível nesta primeira etapa. Outras experiências serão descritas aqui, como forma de divulgar a riquíssima casuística e a geografia bela e rara que compõem nosso Estado.


Uma das grutas pela qual entramos e saímos em outro cenário. Fonte: O autor /1998.


Piscina construída artificialmente e desconhecida no alto de uma pedra. Fonte: O autor /1998.


Inscrições das mais intrigantes formas. Fonte: O autor /1998.

*Flávio Tobler é Geógrafo e especialista, Técnico eletrônico e membro da UPUPI.
Contatos:flaviotobler@hotmail.com
Agradecimentos: Antonio de Pádua,
“ Zé Pequeno” e Antonio Pinto

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Outubro /2005
Núcleo da UPUPI