A luz não identificada:Uma experiência pessoal

 

Por Leonardo Vieira, membro da UPUPI.

 

No dia 31 de janeiro de 2009 (sábado), uma equipe reduzida da UPUPI fez nova incursão na localidade Mandacaru, que pertence à zona rural de Matões/MA.Deslocaram-se Leonardo Vieira, Samuel Carlos e um amigo deste, cujo nome é Roberto. Como de costume, saímos da rodoviária de Timon às 12h15min. A viagem foi de certo modo agradável (frente às dificuldades do trajeto e más condições do ônibus que nos leva até ao povoado), visto a temperatura mais amena devido ao dia nublado que se apresentou na ocasião.
Às 15h10min chegamos à residência do Sr. Djalma, que, juntamente com seu filho, Sidnei, sempre recebem os pesquisadores de campo da UPUPI com hospitalidade e total disposição em ajudar. Por volta das 16h20min iniciamos uma das partes mais penosas do trabalho: a caminhada de 3,5Km (percorrendo a geografia irregular da região) até o ponto de vigília.No meio do deslocamento fomos surpreendidos por uma forte chuva. Tivemos que nos cobrir com uma lona de plástico até que tudo se normalizasse. Prosseguimos com um pouco mais de dificuldade, pois certos pontos do caminho transformaram-se em verdadeiro lamaçal, completamente encharcados.
À medida que íamos avançando e chegando mais próximo ao ponto de vigília, notamos que a vegetação rasteira havia crescido sensivelmente (devido às chuvas), em comparação à viagem anterior. Isto poderia nos criar dificuldades, caso o local onde iríamos estabelecer acampamento apresentasse as mesmas condições. Por sorte, o mato realmente havia se desenvolvido, mas não o bastante para atrapalhar quaisquer de nossos planos.Às 17h40min finalizamos o longo percurso. Após um breve descanso, descarregamos o material e nos dispusemos a armar a barraca que Roberto havia levado, equipamento que se mostrou de grande utilidade devido à situação descrita mais adiante.
Após uma hora de acampamento, o tempo fechou mais ainda. Nuvens negras e ameaçadoras se aproximavam rapidamente vindas pelo leste. Neste momento nos apressamos. Acondicionamos as mochilas, os alimentos e esperamos o tempo melhorar, observando através da abertura frontal do abrigo. À medida que a noite ia avançando, as nuvens que trouxeram a forte chuva se dissiparam, permanecendo, porém, uma leve garoa que nos impedia de fazer a vigília propriamente dita, ao ar livre.
Por volta das 21h15min, pudemos deixar a barraca. Logo que saímos, Roberto nos chama a atenção para uma fortíssima projeção luminosa que observava atrás da mata ao sul de nossa posição.Explicando melhor. Do nosso lado esquerdo (sul) havia duas clareiras e logo após a vegetação supramencionada. Estimamos a distancia de onde estávamos em uns 200 a 250 metros.A seguir testemunhamos algo realmente fora do comum, ainda mais para uma região inóspita e completamente desabitada como a que estávamos.
Este jato de luz oscilava: ora fraco, ora forte. Assemelhava-se a um farol, girando em seu eixo para a esquerda e direita, sempre variando momentos de muita e pouca intensidade. A impressão inicial era a de que estava sendo projetada de baixo para cima, mas em certos momentos parecia ficar quase paralela ao nosso ângulo de visão, praticamente à altura da copa das árvores. Algo incompreensível, levando-se em conta a situação que se apresentava.No detalhe que consideramos como sendo o principal do avistamento, a esteira de luz estava indo da direita para esquerda e, no meio do deste movimento, incrivelmente se dividiu em três! Isso mesmo, um único foco de luz se converteu em três, simétricos no diâmetro e alcance, chegando a assustar e ao mesmo tempo deslumbrar quem estava presente e via aquela cena totalmente insólita.
Destaque também para o fato de que mesmo dividida, a luz continuou o movimento, da direita para a esquerda e vice-versa. O avistamento durou uns 15 minutos. Após este período de tempo, a luminosidade sumiu por completo e não observamos mais nada naquela direção.Esta foi uma das mais complexas visões que tivemos no povoado Mandacaru.
Em conversa com os moradores pela manhã, tentamos encontrar outras explicações para o fato. Foi-nos relatado que a região onde estávamos é muito isolada e que no rumo da observação não existe absolutamente nada, a não ser mato e “veredas” (caminhos estreitos) onde não é possível o trânsito de mais de uma pessoa lado-a-lado, a não ser em fila.Foi cogitada a alternativa de que caçadores utilizando lanternas estivessem provocando o aparecimento das luzes. Tal idéia foi prontamente rechaçada, tendo em vista que de acordo com os que falaram conosco, as pessoas do povoado dispõem no máximo de lanternas comuns, pequenas e sem grande poder de luminosidade.
Um acessório simples como o mencionado jamais produziria o que testemunhamos durante a noite, impossível, até mesmo pelo aspecto da variação na intensidade, coisa que não é função da maioria lanternas, até das mais caras.O povoado Mandacaru é especial.
Esta não foi a primeira vez que os pesquisadores da UPUPI se depararam com avistamentos no povoado que, descartadas todas as possibilidades ao alcance de seus conhecimentos, não puderam ser explicados.O local será objeto de novas visitas, pois, como se diz no popular, é uma região “quente“ na incidência de objetos não identificados.Esta conclusão ganha mais respaldo através da nossa própria experiência de campo realizada no ano de 2008 e início de 2009.
Em breve, através da PRÁTICA, do trabalho árduo, persistente e honesto, pretendemos obter resultados mais concretos quanto à identificação do que realmente acontece naquele povoado do Maranhão.Vou finalizar este breve relato dando agora opinião própria a respeito dos fatos.
Levando em consideração o que já vivenciamos ao longo das viagens à localidade, posso dizer que o fenômeno é real. Algo fora dos padrões normais da natureza e da tecnologia conhecida pelo homem médio acontece ali.Sua natureza? Uma incógnita, ainda.

Leonardo Vieira.

obs:Devido as viagens distintas com alguns membros do grupo, não foi possível levar equipamento melhor para registro noturno.O pequeno grupo que esteve na região apenas disponibilizava de um celular com câmera,insuficiente para registros noturnos.

Texto escrito em 07/02/2009.

A Imagem acima é uma mera ilustração


Núcleo da UPUPI

Fevereiro de 2009